Besouros

Ano: 2017

Fernando Moura e Carlos Malta apresentam um tributo à obra da banda mais amada e influente da história, The Beatles, em uma releitura que é uma emocionante viagem sonora pela música instrumental universal da melhor qualidade. Traz à cena dois músicos geniais, Carlos Malta e Fernando Moura, que recriam canções do célebre repertório valendo-se da pluralidade de timbres, usando instrumentos acústicos como pianos, saxofones, clarone e flautas, somados a sintetizadores e efeitos eletrônicos, que potencializam as possibilidades sonoras. Com sutilezas harmônicas e tecnologia, criam uma rica dinâmica onde os solos se contrapõem, formando camadas sonoras. Tudo isso executado com a marcante personalidade musical de ambos os músicos, com extrema liberdade, criatividade e ousadia, resulta numa obra rara e potente, um duo que produz um som orquestral e contemporâneo. Contudo, o maior cuidado que Fernando Moura teve ao compor os arranjos para esse trabalho foi o de não descaracterizar as músicas, respeitar as melodias, evitar as pirotecnias.

Aliado ao multinstrumentista Carlos Malta com sua extensa família de sopros, o pianista e arranjador da obra Fernando Moura, que também faz uso teclados e sintetizadores, oferece ao público uma experiência ímpar na execução desse memorável repertório, esse som eterno numa proposta ousada.

BesOUROS – por Fred Góes

O novo projeto de Fernando Moura e Carlos Malta, BesOUROS, não se limita a ser mais um tributo aos Fab Four, The Beatles, é bem mais que isto. Nasce do desejo de dois músicos experientes em concretizar um sonho de meninos. Eles são da geração que cresceu ao som da banda inglesa. Os Beatles estão nos alicerces da formação musical dos dois: na razão, na memória auditiva, no coração. Fernando desejava aprender a tocar no piano Blackbird para que a música se tornasse parte do repertório afetivo de Maria Fernanda, sua filha pequena. Malta, o escultor dos ventos, desde menino vislumbra em sua imaginação a sombra de um pistonista que executa as frases dos metais em Penny Lane. Afeto, prazer, descompromisso e uma extraordinária competência musical são os componentes reunidos neste trabalho.

Fernando Moura, que tocou com George Martin, conhecido como o quinto Beatle, é autor dos arranjos de dez das doze faixas do Cd. Músico com sólida carreira internacional, sem economia, faz uso do pesado arsenal de teclados de seu estúdio TudoPiano, desde o cristalino acústico Steinway & Sons e um rústico toy piano às sonoridades eletromecânicas, de teclados analógicos e digitais, além de módulos virtuais de computador e iPad.

O multinstrumentista Carlos Malta, com inúmeras indicações a prêmios internacionais e uma robusta experiência como professor na Berklee Sckool, na Universidade da Flórida, da Dinamarca e no Conservatório de França, além dos 15 anos acompanhando Hermeto Pascoal, talvez a mais complexa das escolas, não deixa por menos em termos de diversidade sonora. Ele toca toda a família de saxofones, flautas de bambu, indígenas, Piccolo, em Dó, contralto, baixa e chinesa, além do soberbo clarinete baixo no duo com Fernando em The Long Winding Road.

Destacam-se neste trabalho o solo de Fernando Moura em Yesterday, em que parece registrar suas recordações do tempo em que viveu em Londres, e a inusitada sonoridade conseguida por Carlos Malta ao interagir com uma instalação, do universo das artes visuais, dentro de uma igreja na Áustria, em Here there and Everywhere.

Este é um lançamento em digital pela Deck Discos. Não se trata de mais um trabalho para simplesmente se ouvir, é para o prazer da audição.

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